sábado, julho 21, 2007

O Beijo

Congresso de gaivotas neste céu

Como uma tampa azul cobrindo o Tejo.

Querela de aves, pios, escarcéu,

Ainda palpitante voa um beijo.



Donde teria vindo! (Não é meu...)

De algum quarto perdido no desejo?

De algum jovem amor que recebeu

Mandado de captura ou de despejo?




É uma ave estranha: colorida,

Vai batendo como a própria vida,

Um coração vermelho pelo ar.



E é a força sem fim de duas bocas,

De duas bocas que se juntam, loucas!

De inveja as gaivotas a gritar...

Alexandre O'Neill
Poesias Completas















Gustav Klimt
O Beijo

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