Ai não queres,
assusta-te
a pobreza,
Não queres
ir de sapatos rotos ao mercado
e voltar com o velho vestido.
Amor, nós não amamos,
como querem os ricos,
a miséria. Nós
vamos extirpá-la como dente maligno
que mordeu até agora o coração do homem.
Mas não quero
que a temas.
Se por minha culpa ela chega a tua casa,
Se a pobreza expulsa
os teus sapatos dourados,
que não expulse o teu riso, que é o pão da minha vida.
Se não podes pagar o aluguer,
vai para o trabalho com passo altivo
e pensa, amor, que eu te estou olhando
e que juntos somos a maior riqueza
que jamais se acumulou sobre a terra.
Pablo Neruda
Os Versos do Capitão
Porto. Campo das Letras.1997
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