Foto publicada no Jornal das Caldas de 5 de Janeiro de 2011, tirada na Associação Volta a CasaHoje nas Caldas da Rainha vi um grupo de mais de 10 pessoas que comiam sentadas em soleiras de portas, ou em pé, na rua ao frio, perto da praça da República.
A Câmara Municipal fechou a porta da casa onde, nos últimos anos, algumas destas pessoas tomavam as refeições fornecidas gratuitamente, graças à iniciativa de Joaquim Sá, criador da Associação Volta a Casa, que conseguiu mobilizar a solidariedade de alguns cidadãos. É de referir que a casa em questão é propriedade da Câmara Municipal.
Desde o passado dia 4 de Janeiro que a porta está fechada. Joaquim e os voluntários da Associação Volta a Casa andam pela cidade, ora na Mata (só de dia), ora junto ao Jardim das Águas, etc. (e tem chovido muito nestes últimos dias), para que não fique com fome quem não tem recursos, o público-alvo da associação.
É obsceno, é a palavra exacta para este caso, haver nas Caldas da Rainha seres humanos a comerem na rua, havendo uma casa com equipamentos de cozinha, de sala de refeições e casas de banho, fechada. Casa essa onde as pessoas mais vulneráveis da cidade podiam contar com uma refeição quente e uma palavra amiga.
País este cuja Assembleia da República aprovou, por unanimidade, em Julho de 2008, um projecto de resolução que recomendava ao governo declarar solenemente que a pobreza conduz à violação dos Direitos Humanos.
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